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Stress e Burnout em Pacientes Infartados


19 de março de 2015, • Ana Giaxa - Destaques, Psicologia e Ciência.

CoraçãoCuidado: o estresse não perdoa nem os mais realizados!

Esta é a frase que sintetiza a  pesquisa de mestrado realizada pelo Programa de Pós Graduação em  Ciências de Saúde da PUC-PR,  pela psicóloga Ana Cláudia Merchan Giaxa e seu orientador, o médico cardiologista Dr. José Rocha Faria Neto, professor da PUC-Curitiba, e a professora da PUC- Maringá,  Dra. Ana Maria Benevides-Pereira, que coorientou a pesquisa.

Foi possível verificar que, dos 170 pacientes que foram hospitalizados para investigação de dor no peito, somente 52,3% deles sofreram infarto agudo do miocárdico e os demais tiveram somente a dor típica do infarto (angina instável). Uma grande parcela deles,  87,5% dos casos, reconheceram a presença do estresse, principalmente na última semana antes da hospitalização (65,6%). Contudo, para esta população, ao contrário do que se supunha, um tipo específico de reação ao estresse, a Síndrome de Burnout (esgotamento pelo trabalho), não foi identificada pela maioria deles. Pasmem! O número despenca para 4,1% dos casos, quando comparado ao estresse geral percebido por estes pacientes.

A Síndrome de Burnout (esgotamento pelo trabalho) foi descrita na década de 70 pelo médico psiquiatra norte americano Herbert Freundenberger. A palavra, de origem inglesa “burn out” representa alguma coisa que deixou de funcionar pela exaustão. Algo que está consumido, sem energia. Quando pensamos em doenças cardíacas, principalmente as coronarianas, responsáveis pelo infarto agudo do miocárdio, logo associamos a um estilo de vida estressante e com pessoas “workholics”. Mas, o ponto crucial deste estudo, foi verificar que estes pacientes, apesar de se sentirem estressados, estavam altamente realizados com o seu trabalho em 70% dos casos e em perfeita condição de enfrentamento das adversidades do mundo do trabalho.

Este fato sugere maiores investigações nesta população, porque se o  estresse ocupacional (do trabalho) não foi um problema para esta população, por outro lado, qualquer forma ou fonte de estresse é reconhecida como um fator de risco para o adoecimento cardíaco. Quase 90% tinham estresse! Mesmo realizados com trabalho, estavam altamente estressados!

PROSDÓCIMO, ANA CLÁUDIA GIAXA ; LUCINA, LUCIANE BOREKI ; OLANDOSKI, MARCIA ; JOBS, PRISCILA MEGDA JOÃO ; SCHIO, NICOLLE AMBONI ; BALDANZI, FERNANDA FACHIN ; COSTANTINI, COSTANTINO ORTIZ ; BENEVIDES-PEREIRA, ANA MARIA TERESA ; GUARITA-SOUZA, LUIZ CESAR ; FARIA-NETO, JOSÉ ROCHA . Prevalence of Burnout Syndrome in Patients Admitted with Acute Coronary Syndrome. Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Impresso), v. 104, Nº 3, p. 218-225, 2015.

Você pode ler o texto publicado na íntegra no link abaixo

Prevalência da Síndrome de Burnout em pacientes hospitalizados com Síndrome Coronariana Aguda





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